quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sala de Situação: o quê é?


Sala de Situação

          Este espaço virtual denominado "Sala de Situação em saúde - RN" é um meio de divulgação das informações atualizadas sobre as condições de saúde no estado do Rio Grande do Norte. Serão disponibilizados, de forma adequada, dados básicos, indicadores e análises sobre as condições de saúde e suas tendências, visando aperfeiçoar a capacidade de formulação, gestão e avaliação de políticas e ações públicas.





   Rio Grande do Norte e suas regiões de saúde
*Fonte: Portal do CGIAE-SVS/MS

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Mortalidade Proporcional por Idade;


MORTALIDADE PROPORCIONAL POR IDADE NO RIO GRANDE DO NORTE

A mortalidade proporcional por idade pode ser representada em gráfico, através da Curva de Mortalidade Proporcional (ou Curva de Nelson de Moraes).  Para se construir a curva, calcula-se o percentual que as faixas etárias representam diante do total de óbitos. As faixas etárias são: menor de 1 ano, de 1 a 4 anos, de 5 a 19 anos, de 20 a 49 anos e de 50 anos e mais (a soma dos percentuais dessas faixas etárias resultam 100%). Essa curva reflete uma rápida visualização do estado de saúde de uma determinada população, em que uma proporção superior a 50% dos óbitos no grupo de 50 anos ou mais, indica um melhor nível de saúde (SOARES; ANDRADE; CAMPOS, 2001).
Quanto aos grupos etários, a proporção de mortes em menores de 1 ano sinaliza a proteção oferecida contra aos fatores determinantes que incluem os de ordem social, econômica e cultural. Em parte, este grupo recebe primeiramente as conseqüências das alterações socioeconômicas em uma população (GUEDES; GUEDES, 1973).
O grupo de 1 a 4 anos de idade possui valores de mortalidade diferentes quando distribuídos nas regiões desenvolvidas e subdesenvolvidas, e procede especialmente da ocorrência de doenças infecciosas e desnutrição. Vale salientar que, este grupo é menos suscetível às alterações socioeconômicas do que o grupo de menores de 1 ano. Já o grupo de 5 a 19 anos de idade proporciona pequena capacidade de diferenciação, pois em quase todos os níveis de saúde tem valores percentualmente baixos (GUEDES; GUEDES, 1973).
Quando a proporção de óbitos na faixa de 20 a 49 anos é elevada, sinaliza que as condições gerais de saúde são desfavoráveis, sendo uma considerável parte das causas de morte encontradas neste grupo etário evitáveis, dada a existência de recursos para prevenção e tratamento. É oportuno destacar que este grupo já foi "selecionado" nas idades anteriores, devendo ser composto por pessoas com melhores condições para sobrevivência (GUEDES; GUEDES, 1973).
Com base na análise da mortalidade dessas faixas etárias projetadas, a curva de Nelson-Moraes pode ser obtida e dividida em quatro tipos:

·         Tipo I - Equivale a um nível muito baixo, onde a proporção de mais de 50 anos é inferior a 50% e é alta a proporção de óbitos de menores de 1 ano e no grupo de 20 - 49 anos;


·         Tipo II - Equivale a um nível de saúde baixo, onde a proporção de óbito de mais de 50 anos está abaixo de 20% e é altíssima a proporção (quase 50%) de óbitos de menores de 1 ano;


·         Tipo III - Equivale a um nível de saúde regular, onde a proporção de óbitos de menores de 1 ano é alta e a do grupo de mais de 50 anos é próxima de 50%;


·         Tipo IV - equivale a um nível de saúde elevado, onde a proporção de óbitos mostra-se mais elevada no grupo etário de mais de 50 anos (+ 70%). Essa curva é característica em países desenvolvidos.

No que tange a análise do estado do Rio Grande do Norte, para o período de 2006 a 2010, segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) da Secretaria Estadual de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (SESAP/RN), obteve-se os seguintes percentuais quanto à mortalidade proporcional por idade: 4,62% em menores de 01 ano; 0,77% na faixa de 1 a 4anos, 3,04% no grupo de 5 a 19 anos; 18,69% no grupo de 20 a 49 anos e 72,88% no grupo com idade igual ou maior de 50 anos. Tais dados podem ser visualizados através da Curva de Nelson Moraes abaixo:


Segundo o último Censo Demográfico realizado em 2010, observa-se no cenário nacional que os extremos (menor de 1 ano e igual ou maior que 70 anos de idade) na distribuição de óbitos fornecem informações de que a mortalidade está atuando na base e no topo da pirâmide. Na base da pirâmide encontra-se a mortalidade das crianças menores de 1 ano de idade, representando um percentual de 3,4% dos óbitos nesse período da vida. Tal valor, segundo a pesquisa sobre Estatísticas do Registro Civil realizada em 1980, era de 23,3%, sinalizando um declínio da ordem de 85,4% no período de 30 anos. É válido salientar que essa diminuição observada foi devido à relativa melhoria no acesso da população aos serviços de saúde, assim como, as ações em campanhas nacionais de vacinação, ao aumento do número de atendimentos pré-natais, ao acompanhamento clínico do recém-nascido e ao incentivo ao aleitamento materno (BRASIL, 2011).
Outro extremo observado é a população de 70 anos ou mais O grupo populacional de 70 anos ou mais de idade que representava 2,3% da população total, em 1980, passou em 2010, para 4,8% do total. A consequência desse processo de envelhecimento populacional é o aumento da participação dos óbitos desse grupo de idade no total de mortes. Para o Brasil, a participação dos óbitos da população de 70 anos ou mais de idade foi de 43,9%, no Nordeste 43,3% e no Rio Grande do Norte 50,2%, sendo o estado com maior percentual do Brasil (BRASIL, 2011).
Nesse âmbito apesar dos vieses encontrados, no estado do Rio Grande do Norte que podem trazer desdobramentos para a mortalidade da população, como aspectos sociais e econômicos torna-se evidente que a curva de Moraes obtida encontra-se no grau IV, que indica índice de saúde elevado. Com isso, pode-se observar uma melhora na elevação expectativa de vida da população, cuja projeção da vida média no Brasil para 2050 é de 81,29 anos (BRASIL 2008).


REFERÊNCIAS:


GUEDES, J. S.; GUEDES, M. L. S. Quantificação do indicador de Nelson de Moraes (curva de mortalidade proporcional). Rev. Saúde Pública [online]. 1973;7:103-13.
LAURENTI, R. Comentário: quantificação do indicador de Nelson de Moraes (Curva de Mortalidade Proporcional). Rev. Saúde Pública [online]. 2006, vol.40, n.6, pp. 962-963.
IBGE. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Censo demográfico 2010: características da população e dos domicílios, resultados do universo. Rio de janeiro: IBGE, 2011. 270 p.

IBGE. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Projeção da população do Brasil por sexo e idade 1980-2050. Rio de janeiro: IBGE, 2008. 93 p.

SOARES, D. A.; ANDRADE, S. M.; CAMPOS, J. J. B. Bases da Saúde Coletiva. Londrina: Editora da UEL, 2001.


















Mortalidade por Causa X Sexo;


Coeficiente de Mortalidade por Causa e Sexo em 2010 no RN




O gráfico de Coeficiente de Mortalidade por causa e sexo, no ano de 2010 no Rio Grande do Norte, foi construído no intuito de expressar as principais causas de morte que ocorrem na população do RN, mostrando ainda a diferença entre os sexos. Os coeficientes são razões onde o denominador representa a população exposta ao risco de sofrer o evento que está no numerador (ANDRADE; SOARES, 2001).
Neste caso, para o cálculo dos coeficientes de mortalidade por causa e sexo, foi utilizado no numerador o número de óbitos ocorridos pela causa e sexo determinados e no denominador o número de habitantes do mesmo sexo determinado no numerador. Assim, convencionou-se utilizar no denominador a frequência por 100.000 habitantes. Desta forma, os coeficientes apresentados no gráfico expressam o número de óbitos ocorridos pela causa e sexo para cada 100.000 hab.
Ao se observar o gráfico, percebe-se que o grupo das doenças do aparelho circulatório se constitui a principal causa de morte no estado para ambos os sexos. Os Sistemas de Informação em Saúde (SIS) trazem os dados sobre mortalidade, muitas vezes agrupados por doenças. Assim, as doenças do aparelho circulatório envolvem uma série de outras doenças mais específicas, podendo citar: Febre reumática aguda e doença reumática crônica do coração; doenças hipertensivas; doenças isquêmicas do coração, sendo a principal o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM); doenças cerebrovasculares; aterosclerose; outras doenças cardíacas. Desta forma, ao se expressar um coeficiente de mortalidade pela causa “Doenças do Aparelho Circulatório” não se especifica qual doença, dentre as citadas, contribui com o maior número de óbitos.
Outro ponto importante a destacar é que as várias doenças que podem afetar o coração, levando ao óbito, estão muitas vezes relacionadas, sendo o óbito resultante da atuação de várias causas específicas, por exemplo, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) aliada a dislipidemias pode levar a uma maior chance de desenvolvimento de aterosclerose. Então ao ocorrer a morte do indivíduo não se saberá com clareza a causa do óbito que deve ser registrada na Declaração de Óbito (DO). E ainda, a aterosclerose pode culminar na ocorrência de um IAM, que se colocará, na maioria dos casos, como a causa do óbito, no entanto pode-se perceber que foram vários fatores que culminaram no IAM. A embolia pulmonar pode, da mesma forma, causar um IAM, fazendo com que mais uma vez o IAM apareça como causa do óbito, no entanto outros fatores levaram a ocorrência deste, o que não é considerado muitas vezes na DO.   
Segundo dados do Ministério da Saúde (2011), no Brasil em 2010, as Doenças do Aparelho Circulatório representaram um coeficiente de mortalidade de 182 óbitos por 100.000 hab, na população masculina, e 158 óbitos por 100.000 hab na população feminina. Enquanto que na região Nordeste, os dados demonstram a ocorrência de 160 óbitos por 100.000 hab, para os homens e 142 óbitos por 100.000 hab para as mulheres.
Através de tais informações, pode-se perceber que o estado do RN possui menor coeficiente de mortalidade para ambos os sexos, quando comparados com os mesmos dados apresentados a nível nacional. Já ao se comparar com a região Nordeste, observa-se que o coeficiente de mortalidade encontra-se um pouco acima para os dois sexos, uma vez que os dados obtidos para o RN, em 2010, foram de 161/100.000 hab, para o sexo masculino e 144/100.000 hab para o sexo feminino.
A segunda maior causa de morte se diferencia entre os sexos, sendo as causas externas para o sexo masculino e neoplasias para o sexo feminino. Dentre as causas externas estão várias outras causas mais específicas, tais como: acidentes de transporte; quedas; afogamento e submersões acidentais; exposição à fumaça, ao fogo e à chama; agressões; entre outras causas. Através do gráfico é possível observar que morrem poucas mulheres de causas externas, apresentando um coeficiente de mortalidade de 23 óbitos por 100.000 hab, quando comparado com os homens, cujo mesmo coeficiente foi de 120 óbitos por 100.000 hab, em 2010. Percebe-se com isso que o sexo masculino possui as causas externas como sua segunda maior causa de morte, tal fato pode ser devido ao fato de os homens estarem mais envolvidos em situações adversas do que as mulheres como, por exemplo, a violência.
Ao se comparar os dados de mortalidade por causas externas obtidos para o RN com os do Brasil, nota-se que o RN apresenta valores um pouco menores que os nacionais, já que estes últimos foram 125 e 25 óbitos por 100.000 hab, para homens e mulheres, respectivamente, em 2010. Já, em relação à região Nordeste, o RN apresenta-se abaixo do coeficiente obtido para os homens, o qual foi de 140 óbitos por 100.000 hab, e na média para o sexo feminino, uma vez que o coeficiente do RN foi o mesmo do Nordeste, a saber, 23 óbitos por 100.000 hab.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, S. M.; SOARES, D. A. Bases de Saúde Coletiva. Londrina: Ed. UEL, 2001.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sistema de Vigilância em Saúde, DATASUS. Sistema de Informações sobre mortalidade – SIM – Dados preliminares de 2010, Situação da base nacional em 24/11/2011. Disponível em: < http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/pobt10uf.def>. Acesso em: 04 Dez. 2011.


Mortalidade por causa;


Coeficiente de Mortalidade por Causas
 no período de 2006 a 2010 no RN

                                     Fonte: SIM/SESAP/SUVIGE


O Coeficiente de Mortalidade por Causa mede o risco de morte por determinada causa, num dado local e período. Este coeficiente apresenta grande importância pelo fato de fornecer subsídios para uma política de saúde mais eficiente e eficaz à medida que permite estabelecer normas e metas prioritárias (PAES; GOUVEIA, 2010).
No Brasil, O coeficiente de mortalidade por causa aponta as doenças do aparelho circulatório e as neoplasias como responsáveis por um número cada vez maior de óbitos. Estas patologias representam as principais causas de morte desde os anos de 1930. O aumento progressivo da incidência dessas doenças demonstra uma mudança no perfil de mortalidade da população brasileira, mudança esta semelhante à observada nos países desenvolvidos (GUEMBAROVSKI; CÓLUS, 2008).
Observa-se no gráfico do Coeficiente de Mortalidade por Causas do estado do Rio Grande do Norte, no período de 2006 a 2010, um expressivo destaque para as doenças do aparelho circulatório. Pode-se notar um aumento progressivo destas, do ano de 2006 ao de 2008, quando se estabilizou até o ano de 2010. Este alto índice de doenças do aparelho circulatório pode ser explicado pelos hábitos de vida que a maioria da população possui ou está exposta, como má alimentação, incluindo o consumo excessivo de gorduras, açúcares e sal, além do sedentarismo, tabagismo e consumo excessivo do álcool (SANDER, 2011).
Outra doença que tem ganhado destaque nos últimos anos por sua alta incidência são as neoplasias, as quais representam um grave problema de saúde pública mundial, devido ao número de casos crescentes diagnosticados a cada ano, necessitando, portanto, de um grande investimento financeiro. Atualmente, o câncer representa a segunda causa de morte por doença no Brasil. No Rio Grande do Norte, as neoplasias também se configuram de maneira semelhante, ocupando o segundo lugar no gráfico do Coeficiente de Mortalidade por Causa do período de 2006 a 2010. Tal gráfico mostra que, de 2006 a 2007, o número de casos não se modificou, porém a partir do ano de 2008 até o de 2010 houve um aumento progressivo do número de casos de neoplasia. Segundo Molina; Dalben; Luca (2003) há uma tendência ascendente do número de casos novos devido, principalmente, às mudanças  ambientais, urbanização crescente, ao acúmulo de pessoas idosas na população, assim como a adoção de estilos de vida favoráveis a carcinogênese como o hábito tabagista, exposição excessiva à luz solar, dieta gordurosa e o estresse (MOLINA; DALBEN; LUCA, 2003).
Investigações nas áreas da epidemiologia e da demografia indicaram um rápido crescimento da violência durante a década de 90 e os primeiros anos de 2000, registrando o acelerado aumento da mortalidade por causas externas no Brasil (BELON; BARROS, 2011). No Rio Grande do Norte, as causas externas são a terceira causa de morte. No gráfico do coeficiente de mortalidade por causas do ano de 2006 ao de 2010, nota-se um aumento progressivo da mortalidade por causas externas e uma considerável diminuição desse índice em 2010.
Cabe comentar ainda, sobre a alta incidência das doenças do aparelho respiratório, que no Brasil corresponde à quarta doença que mais mata. Estudos experimentais e observacionais indicaram evidências consistentes sobre o aumento da incidência dessa patologia no Brasil, decorrentes principalmente, da intensificação da poluição atmosférica (HESS et al, 2009). No RN, assim como no Brasil, as doenças do aparelho respiratório representam a quarta doença que mais mata. No gráfico do coeficiente de mortalidade por causa do estado do RN, no período de 2006 a 2010, percebe-se um aumento progressivo dessa doença do ano de 2006 ao de 2009, porém em 2010 houve uma diminuição considerável.
Por fim, ao analisar as cinco principais causas de morte no RN no período de 2006 a 2010, percebe-se que as doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas ocupam a quinta posição.  Na avaliação do gráfico nota-se que, de 2006 a 2008, houve um aumento ao longo dos anos, em 2009 uma discreta diminuição e em 2010 houve um aumento, se tornando superior aos últimos quatro anos.





REFERÊNCIAS
GUEMBAROVSKI, R.L.; CÓLUS, I.M.S. Câncer: uma doença genética. Revista Genética na Escola, 3(1): 4-7, 2008.
MOLINA, L.; DALBEN, I.; LUCA, L.A. Análise das oportunidades de diagnóstico precoce para as neoplasias malignas de mama. Rev Assoc Med Bras 2003; 49(2): 185-90.

BELON, A.P.; BARROS, M.B.A. Esperança de vida ao nascer: impacto das
variações na mortalidade por idade e causas de morte no Município de Campinas, São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 27(5):877-887, mai, 2011.

PAES, N.A.; GOUVEIA, J.F. Recuperação das principais causas de morte do Nordeste do Brasil: impacto na expectativa de vida. Revista Saúde Pública 2010;44(2):301-9.

SANDER, L. Doença circulatória é a que mais mata. Disponível em <http://pt.scribd.com/doc/9725198/Doenca-Circulatoria-e-a-Que-Mais-Mata-Medicina-Preventiva-Saude> Acesso em 03 de dezembro de 2011.
HESS, S.C.; ALVARENGA, A.P.; MEDEIROS, C.H.H.; OLIVEIRA, F.B.; BARBOSA, T.M.T.M.; PISSUTO, O. Distribuição espacial da mortalidade por doenças do aparelho respiratório no Brasil. Engenharia Ambiental - Espírito Santo do Pinhal , v. 6, n. 3, p. 607-624, 2009.


Mortalidade geral por sexo;


ANÁLISE: MORTALIDADE GERAL SEGUNDO SEXO

INTRODUÇÃO


Indicadores de mortalidade são utilizados para descrição das condições de saúde de uma população, na investigação epidemiológica e avaliação de intervenções em saúde. Mas seu uso como indicador tem algumas limitações, uma vez que exprime gravidade e pode reflete a história incompleta da doença. Óbitos são eventos que incidem em pequena parcela da população e as mudanças nas taxas de mortalidade são lentas (BRASIL, 2007).
Os principais indicadores de mortalidade são coeficiente geral de mortalidade, coeficientes específicos e mortalidade proporcional, mortalidade por sexo, mortalidade por idade, mortalidade por causas e mortalidade por local (MEDRONHO, 2006).
As fontes de dados sobre mortalidade são oriundas principalmente das estatísticas constantes nos anuários, relatórios e outras publicações.  Como fonte de dados internacionais temos: Organização das Nações Unidas (ONU), Organização Mundial da Saùde (OMS), Organização Panamericana de Saúde (OPS), UNICEF, Banco Mundial. E Nacionais, os anuários do Ministério da Saúde e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  Os atestados de óbitos são fontes primárias de mortalidade e são dispostas nas Secretárias Estaduais de Saúde ou de Planejamento e nos Cartórios de Registros Civil (arquivos ou livros próprios para registro). Os registros e livros de autópsias também são fontes  nos hospitais e institutos de medicina legal. Nos serviços de saúde, temos como fonte os prontuários e estatísticas hospitalares. Para algumas doenças e agravos, temo registros especiais, como na tuberculose e câncer. Constituem-se também fontes os inquéritos, os recenseamentos demográficos e os registros diversos (repartições de polícia e departamentos de trânsito) (BRASIL, 2003).
A Mortalidade por sexo estuda o perfil de mortalidade destacando o padrão de mortalidade masculina e feminina em um determinado lugar e tempo. O coeficiente de mortalidade por sexo é expresso pelo número de óbitos de um dado sexo dividido pela população do mesmo gênero, na metade do período vezes mil (BRASIL, 2007).

RESULTADOS E DISCUSSÃO


A parir do gráfico podemos afirmar que morem mais homens que mulheres no estado do Rio Grande do Norte. Os números do Censo Demográfico de 2010 divulgados pelo IBGE mostram o número de mortes no Brasil e constatou que morrem mais homens do que mulheres no Brasil.
Durante o Censo 2010, todos os domicílios foram visitados de norte a sul do país e pela primeira vez a mortalidade foi questão de pesquisa. Foram então levantados o número de mortes e sua distribuição por gênero. Entre agosto de 2009 e julho de 2010, o Censo somou 1.034.418 mortes no Brasil. E, para cada 100 óbitos de mulheres, houve 133 de homens. Os Homens entre 20 e 24 anos constituem um grupo de alto risco de acordo com os dados do último Censo. Nessa faixa etária, para cada grupo de 100 mulheres que morreram, o Brasil perdeu também 420 homens. A diferença impressiona, e é ainda maior em algumas regiões. Em Alagoas, são 798 homens para cada 100 mulheres mortas (IBGE, 2010; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).
No Brasil, a expectativa de vida das mulheres é superior àquela dos homens. Em outros países também ocorre tal desfecho. Nos Estados Unidos, por exemplo, o diferencial é de 6,7 anos, na França, ele ultrapassa os 8 anos. Em certos casos, ele é muito elevado, como na Rússia, com uma diferença de 14 anos, mas em outros, ele é muito menor, como por exemplo no Irã (1,4 ano), na Índia (0,6 ano) ou em Bangladesh (0,1 ano), para citar apenas os países com mais de 50 milhões de habitantes (VALLIN; MESLÉ,  1988).

REFERÊNCIAS

BRASIL. Guia metodológico de avaliação e definição de indicadores; Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise de Situação de Saúde; Brasília, 2007.
BRASIL. Legislação do SUS. Conselho Nacional de Secretários de Saúde; Brasília: CONASS, 2003.
IBGE. Indicadores Sociodemográficos e de Saúde no Brasil, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; Rio de Janeiro, 2010.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Curso Básico de Vigilância Epidemiológica; 1° ed. Brasília, 2005.
VALLIN Jacques; MESLÉ France. Mortalidade, sexo e gênero. In: Antonella Pinelli (Org.). Trad. de Renato Aguiar; Cristina Cavalcanti. Demographicas. V. 2. Campinas: Associação Brasileira de Estudos Populacionais-ABEP, 2004. 222p.
Vermelho, Letícia L.; Leal, Antônio José C.; Kale, Pauline L. – Indicadores de Saúde, in Medronho, Roberto A.; Epidemiologia. São Paulo; Ed. Atheneu, 2006



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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Coeficiente de mortalidade geral no RN


Coeficiente de Mortalidade geral / 1000hab,
no período de 2006 a 2010,
no estado do Rio Grande do Norte/RN.

                Fonte: SIM/SESAP/SUVIGE


            O coeficiente de Mortalidade Geral ou Taxa de Mortalidade é usado, principalmente, de forma a completar a descrição das condições de saúde de uma população, para investigação epidemiológica e avaliação de intervenções em saúde. Apesar de apresentar algumas limitações, como não levar em conta a influência da estrutura etária da população, sendo, portanto influenciada pela mesma (populações mais velhas apresentam maior risco de morrer), esse indicador estima o risco de morrer a que está sujeita uma pessoa de uma determinada área, num determinado ano (UFMG, 2011) e pode ser obtido através da seguinte fórmula:



CMG      =   (Nº total de óbitos / População Total)    x  1000  hab.
                                       


         
             A taxa de Mortalidade no Brasil vem sofrendo significativas quedas, de 1980 a 2001 a taxa diminuiu em cerca de 11,1%.   Atualmente o coeficiente de mortalidade do Brasil é de 6,36/mil hab. (INDEXMUNDI, 2011).  A capital, Natal, tem uma taxa de Mortalidade de 5,5/1 mil hab., o estado do Rio Grande do Norte, 4,6/1 mil hab., e a Região Nordeste, 5,1/1 mil habitantes (BRASIL, 2004).
           Os países do chamado terceiro mundo vêm apresentando, nas últimas décadas, um progressivo declínio nas suas taxas de mortalidade (RAMOS; VERAS; KALACHE, 1987). O Brasil, assim como os países desenvolvidos, vem apresentando significantes quedas na sua taxa de mortalidade, graças a uma série de fatores que, nas últimas décadas, contribuíram ativamente para este contexto, como: a redução das doenças infecciosas, ampliação e disseminação das vacinas para a maioria da população em geral, melhor tratamento das doenças crônicas, queda na taxa de mortalidade infantil e fecundidade.  Esse fenômeno vem ocorrendo de tal maneira, que, atualmente, o coeficiente de mortalidade geral do Brasil é menor do que os países desenvolvidos, como Portugal ( 10,8 / mil hab.) e Estados Unidos ( 9,36/ mil hab) (INDEXMUNDI, 2011).
              O gráfico representa a evolução da Mortalidade Geral ocorrida no estado do Rio Grande do Norte, nos anos de 2006 a 2010. Ao analisar o gráfico, o aumento percebido pode ser devido, a saber: a elevação do número de mortes por causas violentas; epidemias de Dengue e Gripe H1N1, que acometeram o estado e a cidade do Natal no período de 2008 – 2010; aumento populacional e a melhora na cobertura do sistema de informações sobre mortalidade.








Referências:
INDEXMUNDI. Taxa de Mortalidade mundo. Disponível em: www.indexmundi.com. Acesso em 17/12/2011.
PRATA, P. R. The Epidemiologic Transition in Brazil. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 8 (2): 168-175, abr/jun, 1992.

UFMG. Departamento de medicina preventiva e social. Análise da situação de saúde da população: medidas de Mortalidade. Disponível em  http: http://www.medicina.ufmg.br/dmps/epidemiologia/pag-fernanda/ModuloI_LaboratorioMortalidade_PartesIeII.pdf  Acesso em 17/12 2011

Ramos, Luiz Roberto; Veras, Renato, P.; Kalache, Alexandre. Envelhecimento populacional: uma realidade brasileira. Revista de saúde pública. São Paulo, 21(3): 211-24, 1987.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sistema nacional de vigilância em saúde: relatório de situação : Rio Grande do Norte. 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2006. 24 p.


Mortalidade no RN

Informações coletadas sobre a mortalidade no nosso estado:

Neste espaço são expostos indicadores recentes sobre a realidade da mortalidade no Rio Grande do Norte em uma análise sobre diferentes referenciais:





Quem Somos Nós

Informações sobre o nosso grupo de Trabalho

O PET Saúde/Vigilância em Saúde é um projeto interinstitucional, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Secretarias de Saúde Estadual e Municipal do Natal, cujo objetivo é contribuir para o avanço da integração educação/trabalho, considerando a indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão, bem como a necessária articulação entre teoria e prática. Este propõe a inserção dos estudantes nos serviços de saúde relacionados com a Vigilância em Saúde.

 EWERTON WILLIAM GOMES BRITO
 Coordenador do Grupo PET-Vigilancia em Saúde da UFRN, campus Natal;
Prof. Assistente do Dep. de Saúde Coletiva- DSC/UFRN;
Doutorando em Ciências da Saúde CCS/UFRN;
ELISANGELA FRANCO DE OLIVEIRA CAVALCANTE
Tutora do grupo de trabalho 3 do PET-Vigilancia em Saúde da UFRN, campus Natal;
Profª da Escola de Enfermagem de Natal/ UFRN;
Doutoranda do Dinter em Enfermagem UFSC/UFRN;




Maria Cristiana da Silva Souto
Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde/SMS Natal;
Preceptora do grupo de trabalho 3 do PET-Vigilancia em Saúde da UFRN, campus Natal;












Margarida Maria Corsino Rodrigues Cabral
Técnica responsável pelas Meningites SESAP - RN;
Preceptora do G.T. 3 do PET-Vig. em saúde - UFRN, campus Natal





AÍLA MARÔPO ARAÚJO 
Acadêmica do curso de Gestão Hospitalar - UFRN
Monitora do PET-Saúde/ Vigilância em Saúde-UFRN










ALINE GALÚCIO DE OLIVEIRA 
Enfermeira Graduada pela UFRN; Mestranda em Enfermagem/UFRN;
Membro Voluntária do PET-Saúde/Vigilância em Saúde-UFRN;



ALESSANDRA DANIELE DA SILVA 
Acadêmica do Curso de Farmácia-UFRN;
Monitora do PET-Saúde/Vigilância em Saúde-UFRN;

CAMILA MICAELE TARGINO LIMA
 Acadêmica do Curso de Nutrição-UFRN;
 Monitora do PET-Saúde/Vigilância em Saúde-UFRN;






CYNTIA MIRELLE COSTA LIMA 
Acadêmica do Curso de Farmácia-UFRN;
Monitora do PET-Saúde/Vigilância em Saúde-UFRN;




 INGRID GURGEL AMORIM
Enfermeira Graduada pela UFRN; Acadêmica de Licenciatura em Enfermagem/UFRN;
Monitora do PET-Saúde/Vigilância em Saúde-UFRN;


PRISCILA FONSECA DE SOUSA 

Acadêmica do Curso de Fisioterapia-UFRN;
Monitora do PET-Saúde/Vigilância em Saúde-UFRN;





RODOLFO DUTRA DE CASTRO GILBERTO 
Acadêmico do Curso de Odontologia-UFRN;
Monitor do PET-Saúde/Vigilância em Saúde-UFRN;






RONNEVINGLY HEDILLY SILVA COSTA 
Acadêmico do Curso de Medicina-UFRN;
Monitor do PET-Saúde/Vigilância em Saúde-UFRN;







SAMARA DA SILVA SOARES DANTAS 

Acadêmica do Curso de Nutrição-UFRN;
Monitora do PET-Saúde/Vigilância em Saúde-UFRN;