Coeficiente de Mortalidade por
Causas
no período de 2006 a 2010
no RN
Fonte:
SIM/SESAP/SUVIGE
O Coeficiente de Mortalidade por Causa mede o risco de morte por determinada causa, num dado local e período.
Este coeficiente apresenta grande importância pelo fato de fornecer
subsídios para uma política de saúde mais eficiente e eficaz à medida que
permite estabelecer normas e metas prioritárias (PAES; GOUVEIA, 2010).
No
Brasil, O coeficiente de mortalidade por causa aponta as doenças do aparelho
circulatório e as neoplasias como responsáveis por um número cada vez maior de
óbitos. Estas patologias representam as principais causas de morte desde os
anos de 1930. O aumento progressivo da incidência dessas doenças demonstra uma
mudança no perfil de mortalidade da população brasileira, mudança esta semelhante
à observada nos países desenvolvidos (GUEMBAROVSKI; CÓLUS, 2008).
Observa-se no gráfico do Coeficiente de Mortalidade por Causas do estado
do Rio Grande do Norte, no período de 2006 a 2010, um expressivo destaque para
as doenças do aparelho circulatório. Pode-se notar um aumento progressivo destas,
do ano de 2006 ao de 2008, quando se estabilizou até o ano de 2010. Este alto
índice de doenças do aparelho circulatório pode ser explicado pelos hábitos de
vida que a maioria da população possui ou está exposta, como má alimentação,
incluindo o consumo excessivo de gorduras, açúcares e sal, além do sedentarismo, tabagismo e consumo excessivo do álcool
(SANDER, 2011).
Outra doença que tem ganhado destaque nos últimos anos
por sua alta incidência são as neoplasias, as quais representam um grave
problema de saúde pública mundial, devido ao número de casos crescentes diagnosticados
a cada ano, necessitando, portanto, de um grande investimento financeiro. Atualmente,
o câncer representa a segunda causa de morte por doença no Brasil. No Rio
Grande do Norte, as neoplasias também se configuram de maneira semelhante,
ocupando o segundo lugar no gráfico do Coeficiente de Mortalidade por Causa do
período de 2006 a 2010. Tal gráfico mostra que, de 2006 a 2007, o número de
casos não se modificou, porém a partir do ano de 2008 até o de 2010 houve um
aumento progressivo do número de casos de neoplasia. Segundo Molina; Dalben;
Luca (2003) há uma tendência ascendente do número de casos novos devido,
principalmente, às mudanças ambientais,
urbanização crescente, ao acúmulo de pessoas idosas na população, assim como a
adoção de estilos de vida favoráveis a carcinogênese como o hábito tabagista,
exposição excessiva à luz solar, dieta gordurosa e o estresse (MOLINA; DALBEN; LUCA, 2003).
Investigações
nas áreas da epidemiologia e da demografia indicaram um rápido crescimento da
violência durante a década de 90 e os primeiros anos de 2000, registrando o
acelerado aumento da mortalidade por causas
externas no Brasil (BELON; BARROS, 2011). No
Rio Grande do Norte, as causas externas são a terceira causa de morte. No
gráfico do coeficiente de mortalidade por causas do ano de 2006 ao de 2010, nota-se
um aumento progressivo da mortalidade por causas externas e uma considerável
diminuição desse índice em 2010.
Cabe comentar ainda, sobre a alta
incidência das doenças do aparelho respiratório, que no Brasil corresponde à
quarta doença que mais mata. Estudos experimentais e observacionais indicaram
evidências consistentes sobre o aumento da incidência dessa patologia no Brasil,
decorrentes principalmente, da intensificação da poluição atmosférica (HESS et al, 2009). No RN, assim como no
Brasil, as doenças do aparelho respiratório representam a quarta doença que
mais mata. No gráfico do coeficiente de mortalidade por causa do estado do RN,
no período de 2006 a 2010, percebe-se um aumento progressivo dessa doença do
ano de 2006 ao de 2009, porém em 2010 houve uma diminuição considerável.
Por fim, ao analisar as cinco principais causas de morte
no RN no período de 2006 a 2010, percebe-se que as doenças endócrinas,
nutricionais e metabólicas ocupam a quinta posição. Na avaliação do gráfico nota-se que, de 2006 a
2008, houve um aumento ao longo dos anos, em 2009 uma discreta diminuição e em
2010 houve um aumento, se tornando superior aos últimos quatro anos.
REFERÊNCIAS
GUEMBAROVSKI, R.L.;
CÓLUS, I.M.S. Câncer: uma doença
genética. Revista Genética na Escola, 3(1): 4-7, 2008.
MOLINA, L.; DALBEN, I.; LUCA, L.A. Análise das oportunidades de diagnóstico
precoce para as neoplasias malignas de mama. Rev Assoc Med Bras 2003; 49(2): 185-90.
BELON, A.P.; BARROS, M.B.A. Esperança de vida ao nascer: impacto das
variações na
mortalidade por idade e causas de morte no Município de Campinas, São Paulo,
Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de
Janeiro, 27(5):877-887, mai, 2011.
PAES, N.A.; GOUVEIA, J.F. Recuperação das principais causas de morte do
Nordeste do Brasil: impacto na expectativa de vida. Revista Saúde Pública 2010;44(2):301-9.
SANDER, L. Doença
circulatória é a que mais mata. Disponível em <http://pt.scribd.com/doc/9725198/Doenca-Circulatoria-e-a-Que-Mais-Mata-Medicina-Preventiva-Saude>
Acesso em 03 de dezembro de 2011.
HESS,
S.C.; ALVARENGA, A.P.; MEDEIROS,
C.H.H.; OLIVEIRA, F.B.; BARBOSA, T.M.T.M.; PISSUTO, O. Distribuição espacial da mortalidade por doenças do aparelho respiratório
no Brasil. Engenharia Ambiental
- Espírito Santo do Pinhal , v. 6, n. 3, p. 607-624, 2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário