terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Mortalidade por Causa X Sexo;


Coeficiente de Mortalidade por Causa e Sexo em 2010 no RN




O gráfico de Coeficiente de Mortalidade por causa e sexo, no ano de 2010 no Rio Grande do Norte, foi construído no intuito de expressar as principais causas de morte que ocorrem na população do RN, mostrando ainda a diferença entre os sexos. Os coeficientes são razões onde o denominador representa a população exposta ao risco de sofrer o evento que está no numerador (ANDRADE; SOARES, 2001).
Neste caso, para o cálculo dos coeficientes de mortalidade por causa e sexo, foi utilizado no numerador o número de óbitos ocorridos pela causa e sexo determinados e no denominador o número de habitantes do mesmo sexo determinado no numerador. Assim, convencionou-se utilizar no denominador a frequência por 100.000 habitantes. Desta forma, os coeficientes apresentados no gráfico expressam o número de óbitos ocorridos pela causa e sexo para cada 100.000 hab.
Ao se observar o gráfico, percebe-se que o grupo das doenças do aparelho circulatório se constitui a principal causa de morte no estado para ambos os sexos. Os Sistemas de Informação em Saúde (SIS) trazem os dados sobre mortalidade, muitas vezes agrupados por doenças. Assim, as doenças do aparelho circulatório envolvem uma série de outras doenças mais específicas, podendo citar: Febre reumática aguda e doença reumática crônica do coração; doenças hipertensivas; doenças isquêmicas do coração, sendo a principal o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM); doenças cerebrovasculares; aterosclerose; outras doenças cardíacas. Desta forma, ao se expressar um coeficiente de mortalidade pela causa “Doenças do Aparelho Circulatório” não se especifica qual doença, dentre as citadas, contribui com o maior número de óbitos.
Outro ponto importante a destacar é que as várias doenças que podem afetar o coração, levando ao óbito, estão muitas vezes relacionadas, sendo o óbito resultante da atuação de várias causas específicas, por exemplo, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) aliada a dislipidemias pode levar a uma maior chance de desenvolvimento de aterosclerose. Então ao ocorrer a morte do indivíduo não se saberá com clareza a causa do óbito que deve ser registrada na Declaração de Óbito (DO). E ainda, a aterosclerose pode culminar na ocorrência de um IAM, que se colocará, na maioria dos casos, como a causa do óbito, no entanto pode-se perceber que foram vários fatores que culminaram no IAM. A embolia pulmonar pode, da mesma forma, causar um IAM, fazendo com que mais uma vez o IAM apareça como causa do óbito, no entanto outros fatores levaram a ocorrência deste, o que não é considerado muitas vezes na DO.   
Segundo dados do Ministério da Saúde (2011), no Brasil em 2010, as Doenças do Aparelho Circulatório representaram um coeficiente de mortalidade de 182 óbitos por 100.000 hab, na população masculina, e 158 óbitos por 100.000 hab na população feminina. Enquanto que na região Nordeste, os dados demonstram a ocorrência de 160 óbitos por 100.000 hab, para os homens e 142 óbitos por 100.000 hab para as mulheres.
Através de tais informações, pode-se perceber que o estado do RN possui menor coeficiente de mortalidade para ambos os sexos, quando comparados com os mesmos dados apresentados a nível nacional. Já ao se comparar com a região Nordeste, observa-se que o coeficiente de mortalidade encontra-se um pouco acima para os dois sexos, uma vez que os dados obtidos para o RN, em 2010, foram de 161/100.000 hab, para o sexo masculino e 144/100.000 hab para o sexo feminino.
A segunda maior causa de morte se diferencia entre os sexos, sendo as causas externas para o sexo masculino e neoplasias para o sexo feminino. Dentre as causas externas estão várias outras causas mais específicas, tais como: acidentes de transporte; quedas; afogamento e submersões acidentais; exposição à fumaça, ao fogo e à chama; agressões; entre outras causas. Através do gráfico é possível observar que morrem poucas mulheres de causas externas, apresentando um coeficiente de mortalidade de 23 óbitos por 100.000 hab, quando comparado com os homens, cujo mesmo coeficiente foi de 120 óbitos por 100.000 hab, em 2010. Percebe-se com isso que o sexo masculino possui as causas externas como sua segunda maior causa de morte, tal fato pode ser devido ao fato de os homens estarem mais envolvidos em situações adversas do que as mulheres como, por exemplo, a violência.
Ao se comparar os dados de mortalidade por causas externas obtidos para o RN com os do Brasil, nota-se que o RN apresenta valores um pouco menores que os nacionais, já que estes últimos foram 125 e 25 óbitos por 100.000 hab, para homens e mulheres, respectivamente, em 2010. Já, em relação à região Nordeste, o RN apresenta-se abaixo do coeficiente obtido para os homens, o qual foi de 140 óbitos por 100.000 hab, e na média para o sexo feminino, uma vez que o coeficiente do RN foi o mesmo do Nordeste, a saber, 23 óbitos por 100.000 hab.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, S. M.; SOARES, D. A. Bases de Saúde Coletiva. Londrina: Ed. UEL, 2001.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sistema de Vigilância em Saúde, DATASUS. Sistema de Informações sobre mortalidade – SIM – Dados preliminares de 2010, Situação da base nacional em 24/11/2011. Disponível em: < http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/pobt10uf.def>. Acesso em: 04 Dez. 2011.


Nenhum comentário:

Postar um comentário