Coeficiente
de Mortalidade por Causa e Sexo em 2010 no RN
O
gráfico de Coeficiente de Mortalidade por causa e sexo, no ano de 2010 no Rio
Grande do Norte, foi construído no intuito de expressar as principais causas de
morte que ocorrem na população do RN, mostrando ainda a diferença entre os
sexos. Os coeficientes são razões onde o denominador representa a população exposta
ao risco de sofrer o evento que está no numerador (ANDRADE; SOARES, 2001).
Neste
caso, para o cálculo dos coeficientes de mortalidade por causa e sexo, foi
utilizado no numerador o número de óbitos ocorridos pela causa e sexo
determinados e no denominador o número de habitantes do mesmo sexo determinado
no numerador. Assim, convencionou-se utilizar no denominador a frequência por
100.000 habitantes. Desta forma, os coeficientes apresentados no gráfico
expressam o número de óbitos ocorridos pela causa e sexo para cada 100.000 hab.
Ao
se observar o gráfico, percebe-se que o grupo das doenças do aparelho
circulatório se constitui a principal causa de morte no estado para ambos os
sexos. Os Sistemas de Informação em Saúde (SIS) trazem os dados sobre mortalidade,
muitas vezes agrupados por doenças. Assim, as doenças do aparelho circulatório
envolvem uma série de outras doenças mais específicas, podendo citar: Febre
reumática aguda e doença reumática crônica do coração; doenças hipertensivas;
doenças isquêmicas do coração, sendo a principal o Infarto Agudo do Miocárdio
(IAM); doenças cerebrovasculares; aterosclerose; outras doenças cardíacas.
Desta forma, ao se expressar um coeficiente de mortalidade pela causa “Doenças
do Aparelho Circulatório” não se especifica qual doença, dentre as citadas,
contribui com o maior número de óbitos.
Outro
ponto importante a destacar é que as várias doenças que podem afetar o coração,
levando ao óbito, estão muitas vezes relacionadas, sendo o óbito resultante da
atuação de várias causas específicas, por exemplo, a Hipertensão Arterial
Sistêmica (HAS) aliada a dislipidemias pode levar a uma maior chance de desenvolvimento
de aterosclerose. Então ao ocorrer a morte do indivíduo não se saberá com
clareza a causa do óbito que deve ser registrada na Declaração de Óbito (DO). E
ainda, a aterosclerose pode culminar na ocorrência de um IAM, que se colocará,
na maioria dos casos, como a causa do óbito, no entanto pode-se perceber que
foram vários fatores que culminaram no IAM. A embolia pulmonar pode, da mesma
forma, causar um IAM, fazendo com que mais uma vez o IAM apareça como causa do
óbito, no entanto outros fatores levaram a ocorrência deste, o que não é
considerado muitas vezes na DO.
Segundo
dados do Ministério da Saúde (2011), no Brasil em 2010, as Doenças do Aparelho
Circulatório representaram um coeficiente de mortalidade de 182 óbitos por
100.000 hab, na população masculina, e 158 óbitos por 100.000 hab na população
feminina. Enquanto que na região Nordeste, os dados demonstram a ocorrência de 160
óbitos por 100.000 hab, para os homens e 142 óbitos por 100.000 hab para as
mulheres.
Através
de tais informações, pode-se perceber que o estado do RN possui menor
coeficiente de mortalidade para ambos os sexos, quando comparados com os mesmos
dados apresentados a nível nacional. Já ao se comparar com a região Nordeste,
observa-se que o coeficiente de mortalidade encontra-se um pouco acima para os
dois sexos, uma vez que os dados obtidos para o RN, em 2010, foram de
161/100.000 hab, para o sexo masculino e 144/100.000 hab para o sexo feminino.
A segunda maior causa de morte se diferencia entre os
sexos, sendo as causas externas para o sexo masculino e neoplasias para o sexo
feminino. Dentre as causas externas estão várias outras causas mais
específicas, tais como: acidentes de transporte; quedas; afogamento e
submersões acidentais; exposição à fumaça, ao fogo e à chama; agressões; entre
outras causas. Através do gráfico é possível observar que morrem poucas
mulheres de causas externas, apresentando um coeficiente de mortalidade de 23
óbitos por 100.000 hab, quando comparado com os homens, cujo mesmo coeficiente
foi de 120 óbitos por 100.000 hab, em 2010. Percebe-se com isso que o sexo
masculino possui as causas externas como sua segunda maior causa de morte, tal
fato pode ser devido ao fato de os homens estarem mais envolvidos em situações
adversas do que as mulheres como, por exemplo, a violência.
Ao se comparar os dados de mortalidade por causas externas
obtidos para o RN com os do Brasil, nota-se que o RN apresenta valores um pouco
menores que os nacionais, já que estes últimos foram 125 e 25 óbitos por
100.000 hab, para homens e mulheres, respectivamente, em 2010. Já, em relação à
região Nordeste, o RN apresenta-se abaixo do coeficiente obtido para os homens,
o qual foi de 140 óbitos por 100.000 hab, e na média para o sexo feminino, uma
vez que o coeficiente do RN foi o mesmo do Nordeste, a saber, 23 óbitos por
100.000 hab.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, S. M.;
SOARES, D. A. Bases de Saúde Coletiva.
Londrina: Ed. UEL, 2001.
BRASIL. MINISTÉRIO DA
SAÚDE. Sistema de Vigilância em Saúde, DATASUS. Sistema de Informações sobre mortalidade – SIM – Dados preliminares de
2010, Situação da base nacional em 24/11/2011. Disponível em: < http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/pobt10uf.def>.
Acesso em: 04 Dez. 2011.
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